SECRETARIA DA CULTURA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL,
OI E ASSOCIAÇÃO DE THEROLINGUÍSTICA APRESENTAM:

Mostra A Ecologia das Imagens

Do clima às telas, as desordens planetárias estão mudando nossa cultura visual.

Podemos imaginar e praticar uma ecologia de imagens? Podemos usar imagens combativas em forma de presságios? Destinadas a alertar as pessoas para os perigos e possibilidades de uma transformação planetária, cujos efeitos ainda estão por vir?

Estas questões fazem parte da Mostra A Ecologia das Imagens, uma seleção de dois vídeos e duas vídeo-instalações apresentadas em Porto Alegre dentro da programação do 7º Festival Kino Beat, que também discute as mesmas questões através de sua programação inédita. A mostra é uma realização do Festival francês Hors Pistes. Um festival dedicado a explorar todas as formas da imagem em movimento e a encontrar aqueles que fazem dela o material para a sua criação, o seu pensamento e a sua escrita.

A Mostra “A Ecologia das Imagens”, produzida pelo festival francês Hors Pistes, acontece em parceria com a Embaixada Francesa no Brasil, Aliança Francesa Brasil, Centre Pompidou e Instituto Francês Paris.

Programação

EXIBIÇÃO NO CINE JARDIM

Dia 14 de novembro: Cine Jardim – Museu Joaquim Felizardo, das 18h às 22h

R. João Alfredo, 582 – Cidade Baixa

 

NICOLAS GOURAULT: HAPTOPHILIA, 2016

Fotogrametria, modelagem 3D e simulação física

Duração: 5 min 11 seg

Design de som: Antoine Auboiron

Produção: Nicolas Gourault

 

Ao desviar as ferramentas de criação de imagens, Nicolas Gourault explora as formas de alteridade que resistem em espaços controlados onde o imprevisto parece excluído. Haptophilia, resposta fílmica ao ensaio Thinking Like a Rat, de Vinciane Despret, é uma tentativa de reproduzir a percepção animal de uma paisagem montanhosa por meio da câmera de bordo.

Substituindo a percepção háptica (ou seja, pelo toque) pela percepção visual, essas imagens em preto e branco de uma caminhada não humana no nível do solo questionam a relação privilegiada dos humanos com a visão. Assim, eles sugerem outras formas de representar o mundo.

SEUMBOY VRAINOM: €, MANONO, DES ÉCRANS POUR ESTHÉTISER LA MISÈREA, 2019

Edição de vídeos feitos no After Effects a partir de vídeos do Youtube, máscara colorimétrica e pintura digital.

Duração: 4 min 07 seg

Mashup de vídeos mesclando imagens publicitárias para smartphones e reportagens sobre as condições miseráveis de extração da matéria-prima necessária à construção de smartphones. Um contraste que atesta uma estética única em atingir os telespectadores através das telas anunciadas/denunciadas as condições de produção.

Enormes reservas de lítio foram descobertas recentemente em Manono, na República Democrática do Congo. Este mineral é usado para criar baterias elétricas. O aumento do número de smartphones e carros elétricos pode se tornar exponencial.

NICOLAS SASSOON & RICK SILVA: CORES, 2020

Animações 3D renderizadas, vídeo 4K

Duração: 15 min 8 seg

Na fronteira entre as artes digitais e a matemática, CORES apresenta uma série de oito animações digitais de espécimes geológicos, alterados em sua estrutura e revelando substâncias enigmáticas. Acompanhado por um ensaio da geóloga Elise Misao Hunchuck e do teórico Jussi Parikka, CORES oferece uma reflexão poética sobre os vestígios inscritos nos próprios materiais que nos rodeiam e constituem o nosso meio ambiente.

Aqui, na litosfera, onde a terra encontra o céu, existe uma longa história de como as rochas e as pedras podem ser vistas como imagens e podem ser lidas como textos. Uma infinidade de mundos foi interpretada por meio de superfícies de pedras à medida que representam mundos. Imaginários ou não, eles refletem eventos históricos – um conjunto vertiginoso de escalas, paisagens e – às vezes – cidades em ruínas. Mas também incluem formas abstratas e linhas que oferecem pontos geológicos de origem para questões, incluindo as de arte e estética. Da poética das pedras à geológica, estamos hoje mais propensos a contar, classificar e catalogar do que a romantizar: superfícies e estratificações geológicas são medidas e mapeadas como nos códigos cartográficos para padrões litográficos. De dolomita arenosa e siltosa a arenito e xisto, quartzito e granito a rocha ígnea, a superfície e a subsuperfície são uma inscrição de diferentes minerais que se desdobra lentamente.

Exibições na Galeria ISTA

De 25 a 28 de novembro: Galeria ISTA, das 19h às 22h

R. São Salvador, 461 – Santa Maria Goretti

Visitação sem necessidade de agendamento prévio

 

SABRINA RATTÉ: FLORALIA, 2021

Série de vídeos, instalação, papel de parede

Imagens e composição da trilha sonora: Sabrina Ratté

Design de som e mixagem por: Andrea-Jane Cornell

Inspirado nos escritos de Donna J. Haraway, Ursula K. Le Guin e Greg Egan, o trabalho mergulha em um futuro especulativo, onde amostras de espécies de plantas então extintas são preservadas e exibidas em uma sala de arquivo virtual. Através da edição e de estratégias visuais, esta sala de arquivo se transforma esporadicamente sob o efeito das interferências causadas pela memória que emana das plantas listadas, revelando vestígios de um passado que continua a assombrar o local. Floralia é uma simulação de ecossistemas nascidos da fusão de tecnologia e matéria orgânica, onde passado e futuro coexistem em uma tensão perpétua do presente.

Floralia I

Floralia II

Floralia III

Floralia IV